A ONU desconhece o passado

O único passado que a ONU admite e reconhece se esgota no século XX
Por Gil Reis – Consultor em Agronegócio
Há momentos na vida de um ser humano em que a educação e a ‘finesse’ são prejudiciais e perniciosas. Para mim este é o momento que tais virtudes são absolutamente perniciosas e iriam me impedir de escrever este artigo. Vamos lá, a ONU trata a todos como idiotas. Apesar de haver alguns idiotas isto não a autoriza a tratar a todos como se idiotas fossem. Aqueles que forem vistam a carapuça, eu não sou. Como afirmou J.R. Guzzo, em recente artigo, o que não falta no Brasil e no mundo são as mentiras e, hoje, a grande mãe das mentiras é a ONU que chega ao cúmulo de abolir o passado para ter sucesso em seu proselitismo para impor e convencer a todos das mentiras divulgadas a respeito das alterações climáticas e do aquecimento global.
Por favor não me critiquem pelas grosserias antes de ler o restante deste artigo. Todos os leitores ao final vão entender o motivo da minha revolta diante das mentiras da ONU, intencionalmente tentando apagar o passado partindo do afrontoso princípio que todos os habitantes são iletrados e desinformados sobre a história do seu próprio planeta. Leiam e se assustem com o que foi publicado no site ‘ONU News’, veículo oficial da organização, em 12/10/2020, com o título “ONU revela aumento ‘impressionante’ de emergências climáticas em 20 anos”, que transcrevo parte do texto:
“Os primeiros 20 anos do século 21 foram marcados por um aumento “impressionante” dos desastres climáticos, segundo um novo relatório do Escritório da ONU sobre Redução de Risco de Desastres. De acordo com a pesquisa, as nações ricas pouco fizeram para reduzir as emissões associadas a ameaças climáticas responsáveis pela maior parte desses eventos. Equipe das Nações Unidas na Beira ajuda a organizar preposicionameto de estoque humanitário. De acordo com o relatório, houve 7.348 desastres em todo o mundo nas últimas duas décadas. Aproximadamente 1,23 milhão de pessoas morreram, cerca de 60 mil por ano. Além disso, mais de 4 bilhões de pessoas foram afetadas. Essas duas décadas causaram US$ 2,97 trilhões em perdas para a economia global. Os dados mostram que as nações mais pobres tiveram taxas de mortalidade mais de quatro vezes superiores às economias mais ricas. Em comparação, o período anterior de 20 anos, de 1980 a 1999, teve 4.212 desastres relacionados com desastres naturais. Estes eventos causaram 1,19 milhão de mortes e perdas econômicas de US$ 1,63 trilhão. Mais de 3 bilhões de pessoas foram afetadas. Um melhor registro explica a diferença nas últimas duas décadas, mas o aumento das emergências relacionadas ao clima foi a principal razão para o crescimento. Para os autores do relatório, “esta é uma prova clara de que em um mundo onde a temperatura média global em 2019 era 1,1º C acima do período pré-industrial, os impactos estão sendo sentidos.” Segundo eles, isso é evidente na maior frequência de ondas de calor, secas, inundações, tempestades de inverno, furacões e incêndios florestais. As inundações foram responsáveis por mais de 40% dos desastres, afetando 1,65 bilhão de pessoas, seguidas por tempestades, terremotos, e temperaturas extremas. As inundações foram responsáveis por mais de 40% dos desastres, afetando 1,65 bilhão de pessoas, seguidas por tempestades, 28%, terremotos, 8%, e temperaturas extremas, 6%. Em comunicado, a representante especial do secretário-geral para Redução de Risco de Desastres, Mami Mizutori, disse que “as agências de gestão de desastres conseguiram salvar muitas vidas com uma melhor preparação e a dedicação de funcionários e voluntários.” Apesar disso, Mizutori afirmou que “as probabilidades continuam sendo adversas, em particular devido a nações industrializadas que estão falhando miseravelmente na redução das emissões de gases de efeito estufa.” Para a representante, é “desconcertante” que as nações continuem, de forma consciente, a plantar as sementes da sua destruição, apesar da ciência e das provas de que estão transformando sua única casa em um inferno inabitável para milhões de pessoas.”
A insistência da ONU e seus representante em relacionar desastres naturais como inundações, terremotos, incêndios florestais que provocaram mortes, prejuízos financeiros e afetaram bilhões de pessoas em todo o mundo com as teses de seus ‘cientistas oficiais’ sobre mudanças climáticas e aquecimento global provocadas por todos nós, como se o nosso planetinha nunca tivesse sido vítima de tragédias climáticas.
Aqui neste artigo abordarei apenas algumas das tragédias climáticas do passado que vitimaram dezenas de milhões de seres humanos. Não precisei sequer pesquisar a história do mundo e adentrar muito no passado, pasmem, fui buscar informação em um jornal europeu, mais especificamente o francês ‘Le Monde’ em matéria publicada à 01/04/2003, de autoria de Mike Davis sob o título “O genocídio da grande fome do século 19”:
“Como os leitores contemporâneos de Nature e de outras revistas científicas poderiam perceber na época, a grande seca dos anos 1876 a 1879 foi um desastre de proporções verdadeiramente planetárias, pois foram assinalados casos de seca e de fome em Java, nas Filipinas, na Nova Caledônia, na Coréia, no Brasil, na África austral e na África do Norte. Até então ninguém havia suspeitado que uma perturbação climática maior poderia se produzir de modo sincronizado sobre toda a extensão da zona tropical das monções, assim como sobre a China do Norte e o Magrebe. Evidentemente, só se podia calcular o número de vítimas de maneira bastante aproximada, mas era terrivelmente evidente que o milhão de mortos pela fome irlandesa de 1845-1847 seria multiplicado pelo menos por dez. Segundo os cálculos de um jornalista britânico, mesmo acrescentando todas as vítimas das guerras convencionais desde Austerlitz até Antietam e Sedan, provavelmente não se atingiria o nível de mortalidade da Índia do Sul durante essa crise. Só a revolução de Taiping (1851-1864), ou seja, a guerra civil mais sanguinária da história da humanidade, com seus supostos 20 a 30 milhões de mortos, poderia reivindicar um número tão grande de vítimas. Uma tragédia esquecida pela história. Mas a grande seca dos anos 1876-1879 só foi a primeira das três crises de subsistência que, em escala planetária, marcaram a segunda metade do reinado vitoriano. Entre 1889 e 1891, novas secas espalharam a fome na Índia, na Coréia, no Brasil e na Rússia, ainda que, na Etiópia e no Sudão, a crise tenha sido mais grave, com a possível morte de um terço da população. Depois, entre 1896 e 1902, por várias vezes a monção faltou novamente em toda a zona tropical e na China do Norte. Epidemias devastadoras de maleita, de peste bubônica, de disenteria, de varíola e de cólera fizeram milhões de vítimas entre os habitantes dessas regiões debilitadas pela fome. O número total de vítimas desses três períodos de seca, de fome e de epidemias não foi, definitivamente, inferior a 30 milhões. (…) Mas, se os casebres dos operários descritos por Dickens permaneceram impressos na memória histórica, as crianças famintas de 1876 e de 1899 desapareceram de cena. Quase sem exceção, os historiadores modernos – que escrevem sobre o século 19 no mundo de um ponto de vista euro-americano – ignoram as secas excepcionais e os grandes períodos de fome que atingiram então o que chamamos hoje de ‘Terceiro Mundo’.”
O leitor consegue imaginar que os europeus da ONU desconheçam a história das tragédias do passado ou que não leram o ‘Le Monde’ e passem a creditar todas as tragédias climáticas aos séculos XX e XXI com suas alterações climáticas e aquecimento global ocorreram por obra e graça dos seres humanos? Será que o único passado que a ONU admite e conhece se esgota nos século XX?
Todos conseguem perceber a minha revolta e grosseria diante das mentiras absurdas e ‘deslavadas’ da ONU?