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A proposta vegana

A proposta vegana

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A ‘seita’ vegana pretende eliminar da alimentação humana a proteína mais nobre – a carne

Por Gil Reis – Consultor em Agronegócio.

Não tenho nenhum reparo ao vegetarianismo, a escolha pela alimentação baseada em vegetais é uma das muitas escolhas humanas. A liberdade de escolha dos seres humanos é a sua característica básica. É através de nossas escolhas que definimos as nossas vidas. Uma alimentação à base de proteínas animais é outra postura que deve ser respeitada, se bem que todos que conheço, inclusive eu, que nos alimentamos de proteínas animais não renunciamos ao consumo de vegetais.

A alimentação é o que possibilita vivermos. Escolha, sempre escolhas, cada um escolhe como quer viver, ou seja, estou falando de liberdade, todavia, Como dizia o filósofo inglês Herbert Spencer “A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro”, ou seja, a pessoa tem liberdade de fazer o que quiser da própria vida e até tentar opinar, sem proselitismo, na vida do outro indivíduo, desde que mantenha o respeito. É sobre a liberdade como definiu Herbert Spencer que abordarei neste artigo.

Conversando com alguns amigos especializados na área comportamental abordei o assunto ‘vegetarianismo versus veganismo’ e recebi uma explicação que, diante das observações no dia a dia, concordei. Alguém que escolhe ser vegetariano o faz com tranquilidade e, quando muito, se gaba das vantagens do comportamento, já aqueles que optam em ser veganos o fazem de forma barulhenta tentando forçar os outros a adotar a mesma opção. A principal característica do vegano não é abrir mão da carne e sim o proselitismo tentando transformar todos em adeptos, o que me levou a concluir que o veganismo é uma ideologia, quase uma seita.

Recentemente pude aquilatar até onde vai a pretensão do veganismo ao ler um artigo assinado por Camilla Germano, sob o título ‘A eliminação global da produção de carne pode salvar o planeta, diz estudo’, postado em 01/02/2022 no Correio Brasiliense, onde a jornalista aborda pesquisa feita por dois veganos, Michael Eisen e Patrick Brown, que transcrevo trechos:

 “Nosso trabalho mostra que acabar com a pecuária tem o potencial único de reduzir significativamente os níveis atmosféricos de todos os três principais gases de efeito estufa, o que, porque hesitamos em responder à crise climática, agora é necessário para evitar uma catástrofe climática’, explica Michael Eisen, um dos pesquisadores do estudo. Segundo a pesquisa, uma das principais razões para este efeito em longo prazo seria que os benefícios se acumulam rapidamente. Isso demonstra que eliminar a pecuária deveria ser uma prioridade tão alta quanto eliminar o uso de combustível fósseis.

‘A eliminação da agricultura animal teria um impacto mais rápido e maior nos próximos 20 a 50 anos, a janela crítica para evitar a catástrofe climática e, portanto, deveria estar no topo da lista de possíveis soluções climáticas’, ressalta Patrick Brown, que também assina a pesquisa. Ambos veganos, os dois cientistas passaram os anos da pandemia pesquisando modelos climáticos e textos sobre mudanças climáticas para quantificar o impacto direto e indireto da eliminação da agricultura animal em todo o mundo.

Enquanto vacas e outros bovinos, como búfalos, representam cerca de 80% do impacto da pecuária, eles também consideraram o impacto de porcos, galinhas e outros animais domésticos usados para alimentação, embora não a pesca mundial. Embora pessoalmente optarem pela ideia de eliminar a agricultura animal de uma vez, os pesquisadores escolheram um cenário mais realista na pesquisa: uma eliminação gradual ao longo de 15 anos.

Eisen e Brown reconhecem que os produtos de origem animal são fundamentais para a nutrição na maioria dos países —fornecendo cerca de 18% das calorias, 40% das proteínas e 45% da gordura na alimentação humana mas, segundo eles, em todo o mundo, cerca de 400 milhões de pessoas já vivem com dietas inteiramente baseadas em vegetais. As culturas existentes podem substituir as calorias, proteínas e gorduras dos animais com um impacto muito reduzido sobre terra, água, gases de efeito estufa e biodiversidade, exigindo apenas pequenos ajustes para otimizar a nutrição. ‘Há evidências convincentes de que a agricultura animal pode ser substituída sem exigir que os amantes da carne comprometam a nutrição ou qualquer um dos prazeres sensoriais que amam’, explica Brown.”

Os autointitulados ‘pesquisadores’ renunciam a verdade cientifica quando resolvem optar em corroborar as contestadas teses climáticas da ONU sem qualquer estudo aprofundado em prol de suas sanhas pessoais contra a pecuária e os animais de produção baseados única e exclusivamente em crença. É mais comum do que se imagina alguns que se dizem cientistas pegar carona em ‘propostas intelectuais’ de outros sem maiores indagações ou exame. Tal comportamento não é cientifico.

Postei trechos do artigo da jornalista Camilla Germano para que os leitores percebam até onde estão dispostos a ir os veganos. Chegam a insinuar que nós que consumimos carnes o fazemos em função dos prazeres sensoriais que amamos. Aproveitam-se, ainda, das teses climáticas da ONU para pegar carona e pregar as suas crenças. Chegam a afirmar, sem nenhuma comprovação, que já existem no mundo 400 milhões de pessoas já vivem com dietas inteiramente baseadas em vegetais.

Descartam ‘prima facie’ todos os estudos sobre a pecuária, simplesmente não interessam, o que tem que prosperar é o proselitismo intencional da seita. Para os veganos a verdade somente interessa quando pode ser distorcida e utilizada em favor de sua causa. A cada dia mais artigos de autoria vegana são publicados como forma de propaganda. Usam como estratégia a explicação de Joseph Goebbels:

“A essência da propaganda é ganhar as pessoas para uma ideia de forma tão sincera, com tal vitalidade, que, no final, elas sucumbam a essa ideia completamente, de modo a nunca mais escaparem dela. A propaganda quer impregnar as pessoas com suas idéias. É claro que a propaganda tem um propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e virtuosamente escondido que aqueles que venham a ser influenciados por tal propósito nem o percebam”.

Não cabe a nós humanos que somos ‘carnívoros’ fazermos proselitismo da nossa natureza, já nascemos assim, a nossa postura alimentar decorre da nossa própria fisiologia, todavia há liberdade de escolha e qualquer um pode optar em ser ‘herbívoro’, o que não lhes dá o direito de impor sua escolha a outrem. A articulista menciona no seu artigo que os próprios pesquisadores reconhecem e promovem o consumo das carnes – “Eisen e Brown reconhecem que os produtos de origem animal são fundamentais para a nutrição na maioria dos países —fornecendo cerca de 18% das calorias, 40% das proteínas e 45% da gordura na alimentação humana…”

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