
Pelo menos 17 capitais brasileiras registraram movimentos a favor e contra o Presidente da República Jair Bolsonaro.
Em Brasilia foram mais de 500 mil manifestantes., em SP, 1,5 milhão de pessoas passaram pela Avenida Paulista, segundo organizadores. Outras capitais também registraram número expressivo de manifestantes em apoio ao presidente. Em Brasília, o setor agropecuário marcou presença e garantiu forte apoio.
Discurso do Presidente
Durante discurso, o Presidente da República reforçou que não cumprirá qualquer decisão proferida pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, e pediu que o ministro Luiz Fux intervenha junto ao mesmo. Disse ainda que não será preso.
Ele também convocou o Conselho da República para esta quarta-feira, mas recebeu a negativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e do presidente do STF, Luiz Fux, assim como dos partidos da minoria, que não foram comunicados da reunião e não confirmaram. O vice-presidente Hamilton Mourão disse que “o presidente se equivocou, pois ninguém sabe disso”.
O que é o Conselho da República?
Entre as competências do Conselho da República estão deliberações sobre temas como intervenção federal, estado de defesa, estado de sítio e questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
Cabe ao presidente da República determinar uma reunião do conselho, que tem apoio administrativo da Secretaria-Geral da Presidência. O conselho pode requisitar de órgãos e entidades públicas “informações e estudos que se fizerem necessários ao exercício de suas atribuições”.
Composto pelo vice-presidente da República, os presidentes da Câmara e do Senado, os líderes da maioria e da minoria na Câmara e no Senado, o ministro da Justiça e seis cidadãos brasileiros maiores de 35 anos de idade, o conselho é dirigido pelo presidente da República.
Repercussão política
Analistas favoráveis ao governo avaliam que os atos podem aumentar a popularidade do Presidente da República nos próximos dias, deixando para traz qualquer dúvida sobre isolamento do Presidente, que contou com grande apoio popular.
PP e PL permanecem como grandes pilares do governo, afastando qualquer possibilidade de impechment na Câmara dos Deputados.
Partidos de centro e Judiciário
Segundo o noticiário, a avaliação de partidos de centro (MDB, Podemos, PSDB, PSD) e do Judiciário é de que os atos agravaram a situação do Presidente. A tese da inelegibilidade para 2022 foi suscitada neste domingo: análise do pedido para caçar a chapa Bolsonaro-Mourão de 2018 que tramita no TSE ou processo de impeachment no Congresso Nacional. Partidos que antes não se manifestaram sobre impeachment, começam a falar sobre a pauta.
Cientistas políticos
Na avaliação de cientistas políticos, Presidente Bolsonaro foca no discurso segmentado direcionado aos apoiadores para arregimentar a população que permanece favorável ao governo: “uma espécie de avatar das demandas populares de sua base eleitoral, acima das demais instituições democráticas” ou “o presidente tenta jogar dentro das 4 linhas da Constituição, mas tem um apoio significativo da população e não vai levar desaforo para casa”.
Analistas dizem ainda que a postura do Presidente durante os atos pode acirrar as tratativas com o STF e trazer resultados preocupantes junto aos demais partidos do Congresso. Medidas essenciais para um cenário favorável de reeleição, como novo bolsa família, podem ficar na prateleira de negociação com os dois partidos mais fortes do governo atualmente: PL e PP, que aumentam o valor do passe a medida que o desgaste entre os poderes se intensifica.
DEM e PSL seguem tratativas de fusão para construção de uma nova direita no Brasil, enquanto PSDB e PSD já tratam abertamente sobre as eleições de 2022.
Noticiário aguarda manifestação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.