
Controvérsias climáticas
“Há mais coisas entre o céu e na terra, Horácio, do que sonha a nossa vã filosofia” – William Shakespeare
*Por Gil Reis – Consultor em Agronegócio
Apesar da frase de Shakespeare citada ser uma tradução incorreta, a correta seria “Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha sua filosofia” (There are more things in heaven and earth, Horatio, than are dreamt of in your philosophy) ela estaria bem aplicada, em qualquer das duas versões, para a situação que atravessamos hoje com o proselitismo dos ambientalistas sobre as causas do aquecimento global e das alterações climáticas. Creio que estaria correto se dissesse que os cientistas climáticos bem remunerados da ONU ao responsabilizar os seres humanos – ‘usam antolhos’.
Explico. Apesar de não ser cientista vou me atrever a falar de ciência climática. Na minha visão de leigo acredito piamente que o exame das causas do aquecimento e das alterações climáticas não pode e não deve ser unidirecional, afinal são ‘N’ fatores que explicam tais causas. Os ‘cientistas oficiais climáticos’ não tem o direito de agir como qualquer ‘dedo duro’ das crônicas policiais apontando e denunciando como autores das causas o ser humano e os bovinos. Baseado no que escrevi vou afirmar – ‘nós não somos os autores do que eles definem como crime contra o planeta’.
Precisamos mudar a nossa postura de crença cega em todas as ‘proposições intelectuais’ denominadas de ‘teses’ elaboradas por um cientista ou grupo de cientistas. Temos que adotar uma posição mais críticas para aceitar quaisquer novas normas ambientais de ‘olhos bem abertos’. Todos os meus artigos sempre trazem a ‘visão colateral’ sobre todos os assuntos que envolvem problemas climáticos abordando estudos científicos que se contrapõem à ‘visão unidirecional’ da ONU em relação às questões climáticas nos responsabilizando pelas alterações climáticas.
Talvez alguns leitores não saibam o que são os ‘Ciclos de Milankovitch, assim peço licença para explicar. Wesley O. de Paula explana sobre o assunto em artigo publicado em 24/12/2020, no site Socientifica – Planeta & Ambiente, sob o título “O que são os ciclos de Milankovitch e como afetam o clima da Terra”, que transcrevo trechos:
“Em 1920 um cientista chamado Milutin Milankovitch formulou hipóteses de que variações na órbita da Terra podiam resultar em variações cíclicas da energia solar que atingia o planeta, e isso influenciaria os padrões climáticos da Terra. Desde então evidências têm corroborado com a hipótese de Milankovitch. Tais evidências são observadas estudando rochas e gases presos em bolhas de ar sob o gelo. Uma das mais recentes foi a confirmação da existência de um ciclo de 405.000 anos que, nesse caso, é causado por interações gravitacionais da Terra com Júpiter e Vênus. As variações do ciclo de Milankovitch
Excentricidade: É a variação da órbita da Terra com o Sol. Ela pode variar em uma órbita mais elíptica (oval) ou menos elíptica. A excentricidade da Terra tem um período de cerca de 100 mil anos.
Obliquidade: É o movimento de inclinação do eixo de rotação em relação ao Sol. Sendo mais claro, imagine um sino de uma igreja. Quando esse sino está parado ele está na vertical, quando o balançamos ele se inclina de um lado para o outro. Com o efeito de Obliquidade da terra o mesmo acontece. Entretanto a variação dessa inclinação no planeta é entre 22,5° e 24,5º e acontece a cada 41 mil anos.
Precessão: A precessão também é uma variação dos ciclos. Enquanto na rotação a Terra gira no próprio eixo e na translação ela gira em torno de sua estrela, na precessão ela faz um giro no eixo de forma inclinada, é como se misturássemos o efeito de obliquidade com a rotação da terra. Esse movimento leva cerca de 25 mil anos.
Os ciclos acima são conhecidos por causar variações na insolação, ou seja, por afetar o nível de radiação recebido do Sol. A diferença da energia que o planeta recebe pode causar eras com climas mais intensos ou mais amenos. Além da insolação, as variações das orbitas também alteram a distribuição da radiação no globo.
Se, por exemplo, pensarmos em um modelo onde os ciclos combinam em seus extremos – a Terra longe do sol, o ângulo do eixo no máximo de 24,5° – teríamos estações de inverno extremamente frias e verões muito quentes. Quando se compara variações orbitais dos ciclos com as antigas eras glaciais e interglaciais, é possível ver uma relação entre os dois fatores”.
O cientista sérvio Milutin Milankovic que por seus méritos na pesquisa sobre a Terra e a mecânica celeste, duas crateras em Marte e na Lua receberam o seu nome, além de ter sido um dos pioneiros da “paleoclimatologia”, criador do primeiro modelo numérico do clima, fundador da climatologia cósmica e cientista responsável pela primeira interpretação matemática das mudanças da localização dos polos da Terra, afirma: – “O homem não pode mudar a posição do Sol, nem da Terra, nem a quantidade (de energia solar) que chega ao planeta”.
Este artigo do Wesley O. de Paula nos faz refletir sobre a ‘visão unidirecional’ da ONU em relação às causas das alterações climáticas que elegeu a nós, os seres humanos, como os grandes responsáveis. O autor não é o único estudioso que se aprofunda no assunto, existem ao redor do planeta inúmeros cientistas e articulistas que contestam às teses dos cientistas da ‘caixinha da ONU’. Foi publicado em 27/10/2021 no site ‘Olhar Digital’ artigo de autoria de Flavia Correia sob o título “Após acelerar em 2020, velocidade de rotação da Terra volta a diminuir”, que transcrevo apenas uma pequena parte:
“Segundo o NIST, a rotação da Terra acelerou no ano passado ao ponto de quebrar 28 vezes o recorde anterior de dia mais curto, registrado em 2005. O dia mais curto de 2020 foi 19 de julho, quando o planeta completou sua rotação 1,4602 milissegundos mais rápido do que a média de 86.400 segundos. Agora, o movimento de rotação da Terra diminuiu, embora a primeira metade de 2021 ainda tenha sido rápida, com a duração média de um dia marcando 0,39 milissegundos a menos do que em 2020. Mas, de 1º de julho a 30 de setembro, os dias se alongaram para 0,05 milissegundos a mais, em média, do que no ano passado.
Isso significa que a Terra, apesar de não estar mais acelerando sua rotação, ainda está girando a uma taxa mais rápida do que a média. Com base na taxa atual de rotação, um segundo bissexto negativo pode ser necessário em cerca de 10 anos. A decisão final em relação a isso será do Serviço Internacional de Rotação da Terra e Sistemas de Referência (IERS) em Paris. No entanto, é inteiramente possível que a rotação da Terra diminua novamente, talvez necessitando da adição de um segundo nos próximos anos em vez da subtração. Não há como prever: os cientistas não têm certeza do que impulsiona as mudanças de longo prazo na rotação da Terra”.
As alterações cíclica na órbita do nosso planeta e a aceleração ou desaceleração da sua rotação em momento algum foram abordadas nos estudos climáticos. Todas estas informações são restritas aos círculos científicos, o que os cidadãos comuns de todo o mundo apenas tem conhecimento através das divulgações em massa, por todos os meios, são as conclusões dos cientistas a serviço da ONU responsabilizando-os pelas tragédias climáticas que assolam o nosso planetinha quando na realidade Shakespeare tinha razão – há mais coisas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia.
Como todos podem observar no tema das causas das alterações climáticas há mais controvérsias do que concordâncias. O Brasil se preocupa com a preservação do meio ambiente desde o Império e hoje o nosso Código Florestal é o maior trabalho existente destinado à preservação que, infelizmente, o mundo não segue e obedece, apenas nós o seguimos. Não sou contra a preservação do meio ambiente, o que não aceito, em hipótese alguma, é a ‘pecha’ que tentam nos impingir de ‘destruidores do planeta’. O Brasil é um gigante ambiental e ninguém no mundo preserva mais o meio ambiente que o nosso agro.