Depois do apocalipse

As opções de salvação da nossa espécie parecem coisas de ficção científica
Por Gil Reis – Consultor em Agronegócio
Conforme promessa feitas em artigo anterior, de que apresentaria opções de soluções caso a superfície do nosso planetinha se tornasse inóspita à vida orgânica depois do apocalipse cantado em prosa e verso, retomo ao assunto agora. Vejamos o que dizem as teses científicas ‘oficiais’, embora tais proposições sejam mutáveis ao longo do tempo. Os fatos e os novos estudos têm derrubado teses amplamente apoiadas pelo tal mundo científico ‘oficial’. Para validar a minha afirmação não é necessário recuar muito no tempo, porquanto, várias teses foram derrubadas recentemente.
Creio que todos se recordam do “buraco na camada de ozônio”. Havia centenas de teses apoiando o fato de que estava sendo causado pelas ações humanas. Perceberam que pararam de falar sobre o assunto? Pois bem: novos estudos comprovaram que o ozônio atmosférico é produzido pela quebra das moléculas de oxigênio pelos raios solares. Durante a noite, a camada de ozônio desaparece por falta de raios solares. A conclusão foi bem recente e ficou restrita ao mundo acadêmico científico ‘oficial’ sem qualquer repercussão ou grande divulgação nas grandes mídias nacionais e internacionais.
Mas voltemos às teses, ainda, vigentes. Os cientistas do IPCC, corroborados pelos ambientalistas, confessam que a despeito de todos os esforços e diante dos fatos incontestes da necessidade de salvação das economias, além da salvação dos líderes de países que se deixaram influenciar pelo ideário ambientalista e sacrificaram seus povos, será muito difícil manter o aquecimento global em apenas mais 1,5°. O não atingimento da meta proposta provocará enormes calamidades no planeta até o ano de 2100. Tais calamidades são descritas superficialmente sem estudos mais aprofundados sobre as consequências para as nossas vidas. Nenhuma palavra de como nos proteger. Só que as teses do IPCC creditam a destruição do planeta às ações humanas.
No entanto, o IPCC praticamente ignora a destruição da possibilidade da manutenção da vida por fenômenos naturais, como já relatei em artigos anteriores, as grandes secas mundiais, a inversão dos polos magnéticos, a mudança de rota do magma ocasionando o derretimento das geleiras dos polos, a imprevisibilidade das explosões solares, a erupção de grandes vulcões que se amiúdam, as alterações cíclicas da órbita lunar e outras ameaças. Tudo tornando inóspita a superfície do nosso amado planetinha à vida orgânica. Porém, a criatividade humana nos leva crer que soluções serão encontradas e, por favor, não esperem um ‘Mad Max’.
Comecemos com a proposta de Stephen Hawkins. Matéria publicada no jornal O Globo, em 19/01/2016:
“Em palestra recente dada por Stephen Hawking no Reino Unido a convite da rede “BBC”, o físico britânico afirmou que é “quase certo” que a Humanidade não terá outra saída senão abandonar a Terra e colonizar outros planetas, se quiser sobreviver. Ele destacou que o ser humano corre o risco de enfrentar uma série de perigos criados por ele mesmo, como guerra nuclear, aquecimento global e vírus desenvolvidos por engenharia genética. O cientista foi taxativo ao dizer que o progresso na ciência e na tecnologia criará “novas formas de as coisas darem errado”.
Naturalmente existem outras propostas de soluções para a salvação da nossa espécie, caso a superfície se torne inóspita à vida orgânica, entre elas nos transferirmos para o subsolo criando cidades e desenvolvendo a cultura de alimentos subterrânea. Bem, a solução, à primeira vista, parece inviável, todavia, já existem países com cidades subterrâneas:
“Derinkuyu, na Capadócia, Turquia. A cidade da Capadócia possui nada mais, nada menos que 36 cidades subterrâneas espalhadas – por baixo – de seu território, e Derinkuyu é a mais impressionante de todas. Alguns arqueólogos datam sua construção por volta do ano 4000 antes de Cristo, sendo abandonada por completo no século 7 depois de Cristo. Formada por 20 níveis, a cidade subterrânea está a 38 metros de profundidade e possui todos os “atributos” de uma cidade normal. Rede de ruas, casas, salas de armazenagem de alimentos, igrejas, estábulos, bares, poços d’água e tubos de ventilação, que permitiam que o ar circulasse até mesmo nos níveis mais profundos da cidade.
Path, Toronto, no Canadá, é um sistema de túneis sob a cidade de Toronto construído nos anos 1900 para ajudar a resolver o problema de locomoção de trabalhadores do centro, que sofriam com o inverno canadense. A rede foi ampliada quando ocorreu a integração com o metrô e, hoje, essa cidade subterrânea do Canadá tem uma extensão superior a 30 quilômetros. Abrigando dezenas de lojas, linhas de metrô e praças de alimentação, o Path liga vários edifícios empresariais e pontos turísticos de Toronto, como a CN Tower e o Ripley’s Aquarium of Canada. Mais de 150 mil pessoas passam diariamente pelo sistema, seja para fugir do trânsito ou para simplesmente turistar em um dos maiores centros comerciais subterrâneos do mundo.
Dixia Cheng, Pequim, China. Durante a Guerra Fria e as tensões nucleares que assolavam o mundo, Mao Tsé Tung, então presidente da China, ordenou a construção de uma cidade subterrânea na China que suportasse ataques nucleares de grandes proporções. A cidade seria usada para abrigar toda a população de Pequim e permitiria que as autoridades do governo a evacuassem em caso de ataques. Depois de sua inauguração, no ano de 1970, o governo afirmara que a cidade subterrânea seria capaz de abrigar seis milhões de pessoas durante uma crise, oferecendo escolas, hospitais, fábricas, clínicas, poços d’água e fazendas de cultivo.
Shanghai Tunnels, Portland, nos Estados Unidos, ligando o bairro de Chinatown à área de Downtown, no centro de Portland. Essa rede de túneis e passagens foi construída em 1962, ligando diversos porões de bares e restaurantes do centro da cidade ao rio Willamette, permitindo que as mercadorias transitassem pela cidade sem complicações.
Minas de sal de Wieliczka, Cracóvia na Polônia. O complexo de túneis chega a mais de 300 quilômetros de extensão, possuindo inúmeras cavernas escuras, três mil salas e nove andares subterrâneos. Durante a segunda guerra mundial, as minas de sal foram ocupadas pela Alemanha nazista e serviram como armazém para fábricas de produtos militares, como bombas e materiais de artilharia. Os mais de um milhão de turistas que visitam o local todos os anos podem ver estátuas, um lago subterrâneo, capelas e até mesmo uma catedral.”
A existência dessas cidades nos é relatada na internet bastando digitar “cidades subterrâneas no mundo”. Pois bem: o mais irônico é que a geração de energia elétrica para a sobrevivência viria pela energia nuclear e biogás (metano + CO2). Já a agropecuária seria desenvolvida da mesma forma utilizada pela Holanda hoje, que desenvolve a agricultura em laboratórios e cria animais de produção em prédios, o mesmo que faz a China.
Naturalmente a migração da humanidade para o subsolo traz algumas complicações. Comecemos com o isolamento das comunidades e a comunicação entre elas que envolveria cabos subterrâneos o que demandaria uma enorme rede por todo o planeta.
Paralelamente, levando em conta que a superfície seria inóspita a qualquer tipo de vida orgânica, teriam que ser criadas verdadeiras arcas de Noé destinadas à preservação da fauna e da flora da região da comunidade isolada, afinal não habitamos sozinhos o planeta.
A boa notícia é que a rede de comunicações possibilitaria a interação entre os sobreviventes e o compartilhamento de informações científicas, até mesmo o estudos conjuntos. A má notícia é que ficaríamos totalmente isolados do resto do universo mesmo assim, novamente, tudo depende da criatividade humana que jamais deve ser desprezada.
Apesar das soluções propostas parecerem coisas de ficção cientificas, nunca é demais lembrar que os autores desse gênero ajudaram a construir o mundo como conhecemos hoje. Jules Verne com “Vinte mil léguas submarinas” e “Viagem à Lua”, Isaac Asimov com os seus robôs e as 3 leis da robótica e, até mesmo, Leonardo Da Vinci com o seu esboço de um helicóptero. Talvez as soluções para o futuro sejam encontradas no estudo dos gênios do passado.
A maior de todas as boas notícias é que, provavelmente, os governos títeres do ambientalismo cairão, as teses e estudos que preveem o apocalipse iminente serão derrubados e nada mais grave ocorrerá, pelo menos, nos próximos 10 mil anos. A cada salto evolutivo, afastados aqueles que pretendem impedi-los, criaremos mais mecanismos de sobrevivência.