
Ilogicidade
“Enquanto os cães ladram a caravana passa” – Ibrahim Sued
*Poe Gil Reis – Consultor em Agronegócio.
Comecemos com o conceito de ‘ilogicidade’ do dicionário online de português: característica ou condição daquilo que é ilógico; que não possui lógica. Ilogicidade é sinônimo de: contrassenso, absurdo, despropósito, alogia, despautério. Assim como em nosso país temos uma imensidão de terras férteis e fertilizadas o nosso agro é um território fertilíssimo para a ilogicidade e despautérios dos inimigos da produção agropecuária brasileira. O simples fato de sentir inimizade e mover campanhas contra a expansão e aprimoramento da nossa agropecuária já é de uma falta aparente de lógica completa ou será que existe uma lógica cruel e obscura?
Recentemente foi aprovado projeto de lei 6299/2002 no sentido de agilizar a aprovação de novas moléculas atualizando, aprimorando e reduzindo o nível de toxidade dos defensivos, elevando o Brasil ao mesmo patamar de seus concorrentes internacionais. A simples menção que o nosso agro está evoluindo e se expandindo já acionou o alarme dos inimigos incrementando a campanha contra o que eles denominam de veneno. Infelizmente tal campanha atinge o cidadão comum completamente alheio da guerra travada entre o Brasil e seus concorrentes internacionais.
Assim é preciso levar a todos um pouco da história da evolução do agro através do tempo. A revolução agrícola se deu a partir do aprimoramento e a introdução de novos defensivos, que vêm sendo desenvolvidos ao longo dos anos, no cultivo agrícola. Durante os 10 mil anos que antecederam os séculos XIX e XX, os agricultores, além de perderem suas safras pela inclemência climática, nos ciclos de aquecimento e resfriamento do planeta, também suas culturas padeceram com doenças provocadas por pragas, fungos e bactérias.
O mais grave é que durante todo esse período não havia distribuição de alimentos como temos hoje. Todas as aldeias e cidades com lavouras mais próximas, atacadas por pragas, passavam fome e a maior parte dos habitantes simplesmente morria por falta de alimentos ou migrava. Assim, morreram milhares de seres humanos ao longo da história em razão da destruição da agropecuária por pragas e doenças – o mundo ainda não dispunha de defensivos como os atuais.
Uma das linhas de argumentação dos inimigos do agro é que os defensivos são produtos químicos. Claro que são, assim como todos os medicamentos humanos que tomamos em casos de doenças. Uma grande parte do que usamos no dia a dia são produtos químicos – shampoo, condicionador, anticaspa, alisante, sabonete, tinturas para cabelos, fórmulas para eliminar piolhos, creme dental etc. Boa parte dos defensivos utiliza a mesma base química de medicamentos humanos, em outra dosagem, naturalmente.
Todos precisam entender que os vegetais são organismos vivos como qualquer um de nós. A natureza pujante e pulsante produz organismos vivos de toda espécie. Alguns nos ajudam e outros adoecem a nós e as plantas. Assim como procuramos nos prevenir e tratar das doenças, temos que cuidar do que a natureza nos oferece como alimentos. Temos que cuidar da terra, das plantações e dos animais de produção.
“Para começar, não usamos o termo agrotóxico, que ganhou uma conotação pesada, e sim defensivos ou pesticidas. Agora, a questão das críticas ao PL é algo complexo. Na maior parte, vem de gente que não entende do assunto, como falei. E existe um pano de fundo da competitividade do agro brasileiro. O nosso agronegócio tende a se tornar ainda mais produtivo com o uso de herbicidas mais modernos, que inclusive apresentam uma melhor relação custo-benefício e deixam o país mais alinhado com práticas mais avançadas em todos os sentidos. E existe a concorrência internacional”. Diz Eduardo Daher da Abag.
Entre as inovações do Projeto de Lei veio a maior responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, o que é de uma lógica incontestável. O MAPA tem sido o maior aliado do aumento da produção saudável em nosso pais, o que lhe dá o galardão de maior inimigo da fome em terras brasileiras salvando vidas e possibilitando mais saúde e longevidade a todos nós, espero que ninguém possa ter quaisquer dúvidas a este respeito.
No embate para os quais nos provocam os inimigos da nossa produção esquecem de mencionar que setor vegetal da cadeia de alimentação é o mais frágil. Os vegetais sofrem com as variações climáticas, precisam de chuva nas ocasiões certas, morrem no calor e secas intensas, assim como no frio intenso e com as geadas. Há uma gama imensa de bactérias, fungos e pragas que os destroem. Assim precisamos protege-los como aos animais de produção, não somente aqui no Brasil, também, no resto do mundo por questão da sobrevivência humana.
O leitor deve ter percebido uma pergunta que fiz no primeiro parágrafo deste artigo: O simples fato de sentir inimizade e mover campanhas contra a expansão e aprimoramento da nossa agropecuária já é de uma falta aparente de lógica completa ou será que existe uma lógica cruel e obscura? Confesso que em princípio me deixei iludir, como a maioria, com a aparente ilogicidade dos ataques. Analisando sem açodamento o teor dos ataques comecei a discernir a lógica cruel e obscura.
Todas as agressões contra o nosso agro são ‘diversionistas’ e nos instigam para o embate com a única finalidade de provocar discussões estéreis nos desviando do que deveríamos estar fazendo – mostrar a todos as realizações do nosso pais, que foi um pioneiro na defesa da natureza sem qualquer instigação da ONU, e do nosso agro que continuam a realizar um grande trabalho de preservação da natureza que evoluiu para preservação do meio ambiente, assim como a ecologia após o desgaste sofrido com a divulgação da orientação de Maurice Guernier, na época presidente do Clube de Roma, “a ecologia é a nossa chave para o poder” se transfigurou em ambientalismo.
Assim, sendo proativo, somente me resta sugerir a todos os integrantes do agro que saiamos do embate com os ambientalistas e passemos a mostrar ao mundo as nossas realizações em prol da preservação do meio ambiente. Vamos seguir a orientação de uma das frases que imortalizou o ilustre e saudoso colunista social Ibrahim Sued – “Enquanto os cães ladram a caravana passa”.