Home Artigos e Opiniões O Grande Engano
O Grande Engano

O Grande Engano

0
0

A despeito do divulgado diariamente pela grande mídia a maioria mundial se recusa a apoiar as sanções dos EUA

Por – Gil Reis consultor em Agronegócio.

A grande mídia ocidental tem nos levado a cometer um erro de avaliação crucial e acreditar que o mundo é cúmplice das sanções promovidas pela coalizão EUA/OTAN. Esta percepção é um grande engano promovido pela grande mídia e o fato de não termos acesso a todas as informações disponíveis. Não é fácil avaliar a situação mundial se não dispusermos de todas as informações. Tal fato nos é negado diariamente e encoberto pela grande mídia orquestrada e patrocinada.

Felizmente a escuridão noticiosa vem sendo afastada por articulistas sérios que conhecem a geopolítica e a verdade dos fatos. Neste momento pretendo levar aos leitores um pouco de claridade e informações verdadeiras à respeito do que realmente se passa no mundo que, queiramos ou não, fazemos parte. Para este nível de clareza preciso me louvar em informações destes articulistas sérios que não bordejam a grande mídia ocidental como meros satélites e propagadores de ‘fakes’.

Em 28 de abril de 2022 John V. Walsh, que escreve sobre questões de guerra, paz, império e assistência médica para Antiwar.com, Consortium News, DissidentVoice.org, The Unz Review e outros meios de comunicação, publicou no site ‘Antiwar.com’ o artigo “Sobre a Ucrânia, a maioria mundial fica do lado da Rússia sobre os EUA”, que transcrevo alguns trechos:

“Mas então uma grande surpresa. A Índia se juntou à China ao se recusar a honrar o regime de sanções dos EUA. E a Índia manteve sua determinação apesar da enorme pressão, incluindo ligações de Biden para Modi e um trem de funcionários de alto nível dos EUA, Reino Unido e UE caminhando para a Índia para intimidar, ameaçar e tentar intimidar a Índia. A Índia enfrentaria ‘consequências’, a ameaça cansada dos EUA aumentou. A Índia não cedeu.

Os estreitos laços militares e diplomáticos da Índia com a Rússia foram forjados durante as lutas anticoloniais da era soviética. Os interesses econômicos da Índia nas exportações russas não podiam ser anulados pelas ameaças dos EUA. Agora, a Índia e a Rússia estão trabalhando no comércio via câmbio rublo-rupia. De fato, a Rússia acabou sendo um fator que colocou a Índia e a China do mesmo lado, buscando seus próprios interesses e independência diante do ditame dos EUA. Além disso, com o comércio na troca rublo-renminbi já uma realidade e com a troca rublo-rupia no futuro, estamos prestes a testemunhar um mundo de comércio Renminbi-Ruble-Rupee – uma alternativa “3R” ao monopólio dólar-euro? É a segunda relação política mais importante do mundo, aquela entre a Índia e a China, prestes a tomar uma direção mais pacífica? Qual é o primeiro relacionamento mais importante do mundo?

A Índia é apenas um exemplo da mudança de poder. Dos 195 países, apenas 30 honraram as sanções dos EUA à Rússia. Isso significa que cerca de 165 países do mundo se recusaram a aderir às sanções. Esses países representam de longe a maioria da população mundial. A maior parte da África, América Latina (incluindo México e Brasil), Ásia Oriental (exceto Japão, Coréia do Sul, ambos ocupados por tropas dos EUA e, portanto, não soberanas, Cingapura e a renegada província chinesa de Taiwan) se recusaram. (Índia e China sozinhas representam 35% da humanidade.)

Adicione a isso o fato de que 40 países diferentes são agora alvos de sanções dos EUA e há um eleitorado poderoso para se opor às táticas econômicas brutais dos EUA

Finalmente, na recente Cúpula do G-20, uma greve liderada pelos EUA quando o delegado da Rússia falou foi acompanhada por representantes de apenas 3 outros países do G-20, com 80% dessas principais nações financeiras se recusando a participar! Da mesma forma, uma tentativa dos EUA de impedir um delegado russo de uma reunião do G-20 no final do ano em Bali foi rejeitada pela Indonésia, que atualmente detém a presidência do G-20.

As nações que estão do lado da Rússia não são mais pobres como na Guerra Fria 1.0. Esses países dissidentes do Sul Global não são mais tão pobres quanto eram durante a Guerra Fria. Dos 10 principais países em PPP-PIB, 5 não apoiam as sanções. E estes incluem a China (número um) e a Índia (número 3). Assim, a primeira e a terceira economias mais poderosas se opõem aos EUA nesse assunto. (A Rússia é o número 6 nessa lista quase igual à Alemanha, número 5, os dois sendo quase iguais, desmentindo a ideia de que a economia da Rússia é insignificante.)

Essas posições são muito mais significativas do que qualquer votação da ONU. Tais votos podem ser coagidos por uma grande potência e pouca atenção é dada a eles no mundo. Mas os interesses econômicos de uma nação e sua visão do principal perigo no mundo são determinantes importantes de como ela reage economicamente – por exemplo, às sanções. Um “não” às sanções dos EUA é colocar o dinheiro onde está a boca.

Nós, no Ocidente, ouvimos que a Rússia está ‘isolada no mundo’ como resultado da crise na Ucrânia. Se estivermos falando dos estados Eurovassal e da Anglosfera, isso é verdade. Mas considerando a humanidade como um todo e entre as economias em ascensão do mundo, são os EUA que estão isolados. E mesmo na Europa, as rachaduras estão surgindo. A Hungria e a Sérvia não aderiram ao regime de sanções e, é claro, a maioria dos países europeus não vai e, de fato, não pode se afastar das importações de energia russas cruciais para suas economias. Parece que o grande esquema da hegemonia global dos EUA a ser trazido pela mudança dos EUA para o Redux da Segunda Guerra Mundial, tanto Frio quanto Quente, atingiu um grande obstáculo.

Para aqueles que anseiam por um mundo multipolar, esta é uma reviravolta bem-vinda dos eventos que emergem da cruel tragédia da guerra por procuração dos EUA na Ucrânia. A possibilidade de um mundo multipolar mais saudável e próspero está à frente – se conseguirmos chegar lá”.

Não há dúvidas que as informações deste artigo são espantosas. A grande mídia sempre evitou divulgar essa informações e nos deixou no ‘escuro’ nos fazendo cometer um grande engano na avaliação do que está acontecendo no mundo. Cada dia que passa chegamos à conclusão que a maioria e mais letais das chamada “fake news’ são divulgadas não pelas redes sociais, como parecia, e sim pela grande mídia. Não se trata simplesmente de divulgar informações não verdadeiras, mas, esconder e sonegar a verdade sobre o que ocorre internacionalmente.

Afinal no que devemos acreditar? Diante do que vem ocorrendo como fica a Democracia quando o seu maior instrumento de fiscalização perde a credibilidade por sonegar informações e distorcer os fatos. Será que devemos continuar a acreditar nas informações divulgadas pela grande mídia não somente em relação ao conflito do leste europeu, porém, também relativas ás informações, ou falta delas, nos demais aspectos do nosso cotidiano no mundo e no Brasil. Estamos atravessando tempos muito difíceis o que me faz lembrar um ensinamento do meu saudoso e sábio pai – ‘ladrão que rouba tostão, rouba milhão’.

Deixe uma resposta