Operação cumpre 26 mandados contra quadrilha suspeita de furtar 6 milhões de quilos de soja e milho em MT

Criminosos causaram prejuízo superior a R$ 16 milhões a empresas transportadoras e seguradoras ligadas ao setor do agronegócio.
Da Redação
Uma operação foi deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), nessa segunda-feira (26) para cumprir 26 mandados contra uma quadrilha investigada por furto e desvio de cargas de grãos em Mato Grosso, com ramificação em outros estados do país.
A organização criminosa é suspeita de furtar 6 milhões de quilos de soja e milho no estado em um ano, causando um prejuízo superior a R$ 16 milhões a diversas empresas transportadoras e seguradoras ligadas ao setor do agronegócio mato-grossense.
De acordo com a polícia, estão sendo cumpridas ordens de prisão, busca e apreensão e arresto de bens móveis e imóveis em Nova Mutum, Sinop e Cuiabá, sendo nove mandados de prisão preventiva e temporária.
As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Criminal de Sorriso e integram a Operação Safra 2 que apura a participação de 79 pessoas investigadas pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado, receptação qualificada, falsificação de documento e uso de documentos falso.
O objetivo, segundo a polícia, é localizar os caminhoneiros e outros integrantes da associação criminosa que tinham funções definidas como líderes do grupo, os aliciadores, receptadores, falsificadores e financiadores dos crimes; além de cinco empresas transportadoras e beneficiadoras de grãos.
A Operação Safra 2 é a continuidade da investigação da Polícia Civil iniciada em 2021 para a repressão qualificada a grupos criminosos que atuam no roubo de grãos.

Modus operandi
Conforme as investigações, o grupo criminoso agia, aliciando os motoristas de caminhões, antes mesmo que estes fizessem os carregamentos das cargas. Após iniciarem o transporte dos grãos, em vez de seguirem para o destino, que na maioria das vezes era o porto de Miritituba (PA) ou em Rondonópolis, os motoristas desviavam as cargas para as empresas investigadas, localizadas nos municípios de Nova Mutum e Cuiabá.
O delegado responsável pela investigação, Gustavo Belão, explica que, após entregar as cargas nas empresas receptadoras, os motoristas recebiam dos aliciadores os pagamentos, cerca de R$ 25 mil por carga desviada, além de um ticket falso de descarga.
As investigações apuraram ainda que, aproximadamente, 152 cargas foram desviadas no período de um ano, o que representa mais de 6 milhões de quilos de soja e milho.