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Professores criam robô para auxiliar crianças autistas na aprendizagem

Professores criam robô para auxiliar crianças autistas na aprendizagem

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“Otto” diz 170 frases sobre números, alfabeto, vocabulário do cotidiano das crianças, sensações, reconhecimento de cores, frutas, legumes e animais.

Da Redação

Um grupo de professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolveu um robô com funcionalidades para ajudar crianças com diagnóstico de Transtorno de Espectro Autista (TEA) em atividades de interação social, aprendizagem e comunicação.

O robô foi batizado de “Otto”. Ele tem aproximadamente 24 cm de comprimento, características físicas de um personagem de desenho infantil, e foi doado ao Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa (CRIDAC), em Cuiabá, onde será testado e avaliado.

De acordo com a universidade, Otto diz 170 frases sobre números, alfabeto, vocabulário do cotidiano das crianças, sensações, reconhecimento de cores, frutas, legumes e animais. Ele também possui 10 botões interativos que ensinam as crianças.

A professora e pesquisadora no projeto, Thais Reggina Kempner, do Curso de Engenharia de Controle e Automação, do Câmpus de Várzea Grande, contou que a pesquisa iniciou-se há um ano devido ao crescente número de diagnósticos de crianças com o  TEA. Segundo ela, o último levantamento aponta que o diagnóstico está presente em uma a cada 44 crianças.

Para a criação do robô, os professores aplicaram um questionário de pesquisa semiestruturada no formato online a 22 familiares de crianças que apresentam TEA e 13 membros da equipe multidisciplinar composta por professoras, psicólogas e fonoaudiólogas que tratam crianças com o transtorno para entender as necessidades.

A validação, em parceiros com o CRIDAC, será realizada durante seis meses, com oito crianças, de 2 e 8 anos, com grau de comprometimento de TEA níveis um e dois.

“Gravamos a voz do robô em estúdio, com uma criança de 11 anos. Além disso, sabendo da importância da apresentação de expressões faciais no processo terapêutico para o desenvolvimento social das crianças TEA, foi inserida uma matriz de emissão de luz associada a movimentos dos braços e pernas do robô que permitirão representar emoções como felicidade, tristeza, vergonha, medo, raiva, entre outras”, explicou a pesquisadora. 

Nova etapa

Após a etapa de validação, o projeto iniciará a segunda fase que terá duração de mais um ano, com o apoio da Fapemat. “Fomos aprovados com esse projeto no edital Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias, Ciências Exatas e da Terra 2022. Nosso título é ‘O protagonismo de meninas e mulheres no desenvolvimento de tecnologias assistivas com robótica’, e agora contamos com mais cinco bolsistas mulheres no projeto. Três alunas da graduação e duas do ensino técnico profissionalizante”, explica a docente.

Nessa etapa, o projeto segue levantando e pesquisando uma série de questionamentos e constatações que proporcionam a realização de alterações no robô, sempre visando a melhoria do brinquedo. “Dentre os objetivos específicos com a avaliação do protótipo iremos  avaliar o que mais ou menos chama a atenção da criança,  Corrigir possíveis bugs no software, Estimar quais elementos ajudam a criança no processo de aprendizagem e outros”

A professora disse também que o objetivo inicial não é a comercialização do robô. “Objetivamos a divulgação do trabalho através de publicações de artigos e periódicos. Sabemos que este projeto é inovador não apenas no Mato Grosso, e que  os resultados trarão uma contribuição internacional com relação ao tema pesquisado”, ressaltou.

Integram o projeto as professoras do Instituto da Computação da UFMT, Eunice Pereira dos Santos Nunes e Luciana Correia Lima de Faria Borges, que também é coordenadora do projeto da Fábrica de Alta Tecnologia Assistiva  (FATA)  que engloba a pesquisa.

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