Relatório das Forças Armadas não encontra fraude em eleições, mas sugere melhorias

Foram citadas possíveis vulnerabilidades e feitas sugestões para os próximos pleitos, mas não foram encontrados indícios nem provas de que houve fraude.
Da Redação
O Ministério da Defesa enviou ontem (9) ao Tribunal Superior Eleitoral o relatório de fiscalização produzido pelos técnicos militares sobre o processo eleitoral de 2022. O relatório descartou fraude, mas apontou melhorias que podem ser feitas.
Segundo o documento, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um “eventual” código malicioso que possa alterar o seu funcionamento, mas também não há um caso concreto.
Segundo o Ministério da Defesa, o documento foi produzido por uma equipe composta por oficiais de carreira especialistas em gestão e operação de sistemas de tecnologia da informação; em engenharia de computação e de telecomunicações; em defesa cibernética; entre outras; e “seguiu rigorosamente os parâmetros estabelecidos na Resolução nº 23.673, de 14 de dezembro de 2021, do TSE”.
Foram citadas possíveis vulnerabilidades e feitas sugestões para os próximos pleitos. Veja o documento completo do Ministério da Defesa aqui. No entanto, em nenhum momento houve confirmação de fraude nas urnas.
No relatório, os militares pedem que o TSE analise dois pontos: o acesso à rede durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas – os códigos binários – pode configurar risco à segurança do processo. e os testes de funcionalidade, realizados por meio do teste de integridade e do projeto-piloto com biometria.
Esses pontos contrariam as conclusões das demais entidades fiscalizadoras, como o Tribunal de Contas da União (TCU) , a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e a Organização dos Estados Americanos (OEA), que afirmaram que o sistema eleitoral é seguro e imune a qualquer vício ou irregularidade e que as urnas eletrônicas demonstraram mais uma vez a eficácia.
O TSE emitiu uma nota, afirmando que recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa.
“Assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022. As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas”, diz trecho.
“O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e que as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da apuração e da totalização dos votos”, conclui.