Resultado do concurso da Sesp não será homologado até o final das investigações

Por Gabriel Soares| Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso
O concurso público para ingressar nas Forças de Segurança de Mato Grosso não será homologado até a conclusão das investigações sobre as denúncias de irregularidades na realização das provas. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (24), em uma reunião entre representantes do Ministério Público Estadual (MP-MT), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Durante a reunião desta quinta, a SESP disponibilizou todas as informações solicitadas pelo MPMT. Também colocou a área de Inteligência à disposição para eventual apoio às investigações.
“O que ficou acordado foi a suspensão da homologação final do concurso até que todas as denúncias sejam apuradas. O cronograma do certame está mantido e seguirá normalmente. As investigações devem ser concluídas antes da data prevista para homologação”, ressaltou o Ministério Público.
As provas do concurso foram realizadas no último domingo (20), com mais de 66 mil pessoas inscritas para os cargos em sete carreiras da Segurança Pública. O certame foi alvo de centenas de denúncias. Só o MP confirmou ter recebido mais de 100 denúncias, enquanto deputados estaduais relataram terem recebido outras 300 denúncias de irregularidades.
Diante da alta demanda, o Ministério Público criou na quarta-feira (23) uma força-tarefa com três promotorias de Justiça da Capital, que atuam nas áreas do Patrimônio Público, Cidadania e Segurança Pública.
‘ERROS PONTUAIS’ – Responsável pela realização do concurso público, a UFMT afirmou na quarta-feira (23), por meio de nota, que foram identificados “problemas pontuais” na aplicação da prova, mas que não houve ‘prejuízo ao processo’.
“[…] houve de fato ocorrências pontuais, mas sem intercorrências durante a aplicação das provas que fugissem do habitual em concursos públicos de grande relevo. A organizadora do certame assegurou os princípios fundamentais de lisura para a realização do Concurso Público, em especial, o tratamento isonômico aos candidatos”, diz trecho da nota.
AL MONITORA – O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), disse que as denúncias recebidas pelos deputados já foram encaminhadas ao Ministério Público. Ele defendeu que, caso sejam comprovadas as irregularidades, o certame seja cancelado.
Russi destacou que os deputados irão acompanhar de perto a apuração dos fatos, para garantir a lisura de todo o processo.
“São muitas pessoas que geraram expectativa, que têm o sonho de entrar para o serviço público e prestar serviço para a sociedade. Se existir alguma irregularidade, tem que voltar a ter outra prova para dar condição novamente a essas pessoas”, complementou.
AS DENÚNCIAS – Entre os supostos erros que foram informados está a divulgação do caderno de questões do cargo de soldado da Polícia Militar antes da realização da prova, ausência de detectores de metal, celular vibrando em sala de aula, pessoas que fizeram selfies no local da prova, entre outras informações.
No domingo, quatro pessoas foram presas em flagrante por suspeita de tentar fraudar a prova do concurso. O fato aconteceu em Cáceres. Segundo a Polícia Civil, as prisões ocorreram após investigação para apurar uma denúncia de que um candidato teria contratado uma pessoa para fazer a prova em seu lugar