Veículos elétricos e a degradação ambiental

A vida sem petróleo não é tão simples quanto você pode pensar

Por – Gil Reis Consultor em Agronegócio

Há um ‘surto’ mundial para a substituição dos veículos movidos a derivados de petróleo, até os movidos a biocombustíveis devem ser substituídos. As campanhas promovendo os veículos elétricos é enorme e cara. Agora, tangenciando o objetivo deste artigo – fico imaginando o que aconteceria se toda essa ‘dinheirama’ gasta na promoção do ambientalismo e dos veículos elétricos fossem utilizados para apoiar a agropecuária mundial na produção de alimentos e biocombustíveis.

As campanhas têm sido eficazes e já conseguiram introduzir no ‘imaginário’ popular o ‘sonho’ de possuir um carro elétrico. Mas, sempre há um, os promotores dos veículos elétricos para ajudar a salvar o mundo não contam como o uso de tais veículos provocam degradação ambiental e, praticamente, promovem o ‘estupro’ do planeta. É o que nos conta o articulista Ronald Stein, com 25 anos de experiência em gerenciamento de projetos e desenvolvimento de negócios, lançou o PTS Advance em 1995. Ele é um autor, engenheiro e especialista em energia que escreve frequentemente sobre questões de energia e economia, em seu artigo “É ético comprar um EV movido a bateria de lítio?”, publicado no site CFACT que transcrevo alguns trechos:

“Um poço de petróleo, onde 100% de material orgânico é bombeado para fora do solo, ocupando cerca de 500 a 1000 pés quadrados. Em seguida, ele flui em oleodutos que transportam com segurança o petróleo para refinarias para serem transformados em derivados de petróleo utilizáveis ​​que são a base de mais de 6.000 produtos para a sociedade, e em combustíveis de transporte necessários para as infra-estruturas pesadas e de longo alcance da aviação, comércio navios, navios de cruzeiro e militares.

Uma mina de suprimento de lítio, onde montanhas inteiras são eliminadas. Cada mina geralmente consiste de trinta e cinco a quarenta enormes caminhões de transporte 797 Caterpillar, juntamente com centenas de outros equipamentos de grande porte. Cada 797 usa cerca de meio milhão de galões de diesel por ano. Assim, com um estoque de apenas trinta e cinco caminhões de transporte sozinhos estão usando 17,5 milhões de galões de combustível por ano para apenas um site de lítio.

É praticamente inexistente a transparência da degradação ambiental e dos abusos aos direitos humanos que ocorrem. Tanto os abusos dos direitos humanos quanto a degradação ambiental estão diretamente ligados à mineração de minerais e metais exóticos necessários para fabricar turbinas eólicas, painéis solares e baterias de veículos elétricos.

Hoje, uma bateria EV típica pesa mil libras. Ele contém vinte e cinco libras de lítio, sessenta libras de níquel, 44 libras de manganês, 30 libras de cobalto, 200 libras de cobre e 400 libras de alumínio, aço e plástico. Dentro há mais de 6.000 células individuais de íons de lítio.

Deve preocupar você que todos esses componentes tóxicos vêm da mineração. Por exemplo, para fabricar cada bateria automotiva EV, você deve processar 25.000 libras de salmoura para o lítio, 30.000 libras de minério para o cobalto, 5.000 libras de minério para o níquel e 25.000 libras de minério para o cobre. Ao todo, você desenterra 500.000 libras da crosta terrestre por apenas uma bateria.

A atual infraestrutura de combustíveis fósseis é menos invasiva do que a mineração de minerais e metais exóticos necessários para criar as baterias necessárias para armazenar “energia verde”. Nos países em desenvolvimento, essas operações de mineração exploram o trabalho infantil e são responsáveis ​​pelas mais flagrantes violações dos direitos humanos de populações minoritárias vulneráveis. Essas operações também estão destruindo diretamente o planeta por meio da degradação ambiental. O livro indicado ao Prêmio Pulitzer de 2022 “ Exploração de Energia Limpa – Ajudando os Cidadãos a Entender os Abusos Ambientais e Humanitários que Apoiam a Energia Limpa” faz um excelente trabalho ao discutir a falta de transparência para o mundo do impacto do movimento verde sobre a humanidade.

Então, da próxima vez que você estiver pensando em comprar um veículo elétrico, ou dirigir seu carro elétrico, antes de se parabenizar por salvar o meio ambiente, lembre-se de que isso custou montanhas inteiras, milhares de quilômetros quadrados de terra e bilhões de galões de óleo e combustível.

Todos nós devemos saber que uma bateria de veículo elétrico não “produz” eletricidade – ela apenas armazena eletricidade produzida em outros lugares, principalmente por carvão, urânio, usinas movidas a gás natural e, ocasionalmente, por brisas intermitentes e sol. Portanto, dizer que um EV é um veículo de emissão zero não é válido, pois 80% da eletricidade gerada para carregar as baterias é de carvão, gás natural e nuclear.

Como vinte por cento da eletricidade gerada nos EUA é de usinas a carvão, segue-se que vinte por cento dos EVs nas estradas são movidos a carvão.  Como quarenta por cento da eletricidade gerada nos EUA é de gás natural, conclui-se que quarenta por cento dos EVs nas estradas são movidos a gás natural. Como vinte por cento da eletricidade gerada nos EUA é de energia nuclear, segue-se que vinte por cento dos EVs nas estradas são movidos a energia nuclear.

A vida sem petróleo não é tão simples quanto você pode pensar, pois a energia renovável é apenas eletricidade intermitente da brisa e do sol, pois nem as turbinas eólicas nem os painéis solares podem fabricar nada para a sociedade. A mudança climática pode impactar a humanidade, mas ser obrigado a viver sem os produtos fabricados a partir do petróleo exigirá que os estilos de vida sejam obrigatórios desde os dias de cavalo e charrete de 1800 e pode ser a maior ameaça para os oito bilhões de habitantes da civilização. ”

Pois é, existem tantas coisas que não nos contam, considerando a todos nós como ‘estultos’ e fáceis de manipular. Creio que após a leitura do artigo do Ronald Stein todos nós passemos a entender tudo o que envolve a produção e o uso dos carros elétricos. Imaginemos, agora, se os satélites ‘starlink’, do Elon Musk, pudessem transmitir, além dos sinais de celular e dados, energia captada por enormes painéis solares capturada diretamente do nosso ‘astro rei’ e distribuída para todos os nossos veículos.

Essa possibilidade é um sonho maravilhoso, cada veículo teria a sua anteninha para captar a energia distribuída através de torres semelhantes às do celular e cada um de nós pudéssemos escolher entre a energia pré ou pós paga. Fantástico, não é? O planeta não seria mais ‘estuprado’, não haveria mais aquecimento global e o clima passaria a se comportar melhor, rsrsrsrs, quem não gosta de uma boa ‘utopia’, pelo menos hoje? Todavia como faríamos para substituir os mais de 6.000 itens derivados do petróleo?  Volto a parafrasear o ilustre causídico Paulo figueiras: só Jeová na causa.