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Vírus ideológico

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ESG é agora uma abreviação para uma aquisição progressiva da economia.

Por – Gil Reis Consultor em Agronegócio.

ESG – social, ambiental e governança, afinal o que significa realmente essa ‘sigla’, hoje há uma enorme mística no ar contaminando e impregnando o mundo conhecido. Será que a governança socialmente e ambientalmente responsável já não estava sendo implantada no mundo paulatinamente? A novidade não está na governança socialmente responsável assim como os cuidados ambientais e sim na postura extremista de organizações ambientais a serviço de alguns ‘poderosos’ para proveito próprio.

A grande novidade é que sob o pretexto de salvar o planeta alguns ‘poderosos’ resolveram implantar o ‘novo’ como se o passado não existisse e resolveram reinventar a roda como se todos fossem irresponsáveis – simplesmente o único objetivo real é criar novos nichos de mercado desviando para seus próprios bolsos imensos recursos de empresas gigantes socialmente responsáveis. Alguém duvida que as grandes empresas não têm sido socialmente responsáveis?

Para quem duvida fica uma pergunta: – Quem gera empregos e renda distribuindo riquezas através dos empregos criados? Ao contrário dos que imaginam as empresas não possuem empregados ou funcionários e sim pais e mães de família, quando acontece a tragédia de demissões famílias inteiras são demitidas. Tenho boa memória e recordo perfeitamente de ter ouvido o grande líder socialista europeu Felipe Gonzalez dizer, pausadamente e com todas as letras, “a primeira obrigação social de qualquer empresa é o lucro sem o qual não pode fazer nada em prol do social.

Quem nos dá uma boa visão e esclarecimentos sobre ESG é o articulista Jerry Bowyer, economista-chefe da Vident Financial, editor da Townhall Finance, editor do canal de negócios do The Christian Post, em seu artigo “Elon Musk chama ESG de “golpe”, publicado no Site Word, em 02/06/2022, do qual transcrevo alguns trechos:

“Em resposta ao anúncio de que sua empresa havia sido retirada de um índice ESG, o CEO da Tesla, Elon Musk, declarou: “ESG é uma farsa. Foi armada por falsos guerreiros da justiça social”. ESG significa social ambiental e governança, mas o que realmente significa é subordinar os mercados financeiros a uma concepção ideológica estreita de responsabilidade social. ESG é agora uma abreviação para uma aquisição progressiva da economia. Antes de ser chamado de ESG, era conhecido como SRI (investimento socialmente responsável). O Musk está certo? O ESG é uma farsa? Não, é pior do que uma farsa. O ESG é um vírus ideológico que injeta políticas tóxicas em todos os aspectos de nossos mercados financeiros. Golpes apenas tiram seu dinheiro, mas filosofias utópicas coercitivas tentam tirar tudo de você. Ou, como CS Lewis disse com mais astúcia: “De todas as tiranias, uma tirania exercida sinceramente para o bem de suas vítimas pode ser a mais opressiva. Seria melhor viver sob os barões ladrões do que sob os intrometidos morais onipotentes.”

O anúncio da S&P afirmou que, embora a Tesla esteja em conformidade com o pensamento ESG por causa de seu compromisso de “acelerar a transição do mundo para a energia sustentável”, observou dois casos envolvendo “discriminação racial”. Mas a Tesla é uma empresa da Fortune 500, e empresas dessa escala rotineiramente têm “reivindicações” de todos os tipos de discriminação feitas contra elas. Tais acusações são bastante rotineiras. Então, por que imbuir as reivindicações contra a Tesla com credibilidade e não reivindicações semelhantes sobre as outras empresas que permanecem nas boas graças do ESG? Além disso, por que agora? A S&P não dá detalhes sobre os supostos atos de racismo, mas reportagens sobre tais questões em sua fábrica de Fremont, na Califórnia, colocam os eventos de 2016 a 2018. Por que esperar para distribuir os deméritos agora? O que mudou?

Não somos informados explicitamente por que essas reivindicações contam, enquanto a Microsoft, com um histórico sério de reivindicações de assédio sexual, permanece inscrito no livro da vida da ESG. Somos informados apenas de que uma “Análise de Mídia e Partes Interessadas” identificou as reivindicações como um da risco potencial. Qual mídia? Que partes interessadas? Como analisado? Nenhuma dessas questões é abordada. Mas sabendo que o pessoal é uma política e que um tipo muito específico de pessoa gravita em torno dos comitês de partes interessadas, é fácil ver esse processo como possivelmente pouco mais do que um clube de popularidade (ou, neste caso, impopularidade) despertado realizando o trabalho geral. Vontade da comunidade de investimento socialmente responsável em punir o crime de pensamento de Musk. O ESG é um vírus ideológico que injeta políticas tóxicas em todos os aspectos de nossos mercados financeiros. Apoiando essa noção está o fato de que a S&P retirou a Berkshire Hathaway da lista e que o presidente da empresa Warren Buffett e o vice-presidente Charlie Munger também criticaram o ESG e Larry Fink da BlackRock, respectivamente. O anúncio não nos diz quais desvios as partes interessadas conseguiram desenterrar na Berkshire para expulsá-la do clube.

A essa altura, é de se perguntar o quanto a participação no clube ESG importa quando os membros mais proeminentes são arbitrariamente mostrados à porta. Musk é o homem mais rico do mundo. Buffett manteve esse título por grande parte de sua vida e ainda não está longe do topo. Rachaduras estão aparecendo na casca e o ESG está começando a parecer mais quebradiço do que OVOS.

E na hora certa, especialistas em tendências como o empresário e investidor de tecnologia Peter Thiel e o contrário de fundos de hedge Bill Ackman investiram muito dinheiro para iniciar uma empresa chamada Strive Asset Management, que pretende contrabalançar a agenda politizada de ESG promovida pela BlackRock e outros. Ambos os investidores construíram carreiras e vastas fortunas identificando situações em que a multidão estava errada. À frente da nova empresa está o bem-sucedido empresário biofarmacêutico Vivek Ramaswamy, autor de Woke, Inc. que contratou Justin Danhof, ex-Centro Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas, um think tank conservador, como membro de sua equipe. Danhof passou uma dúzia de anos nas trincheiras das reuniões anuais de acionistas lutando contra a captura ideológica das salas de reuniões, enquanto o resto do movimento dormia durante a aquisição furtiva da América corporativa.”

O artigo aborda somente problemas nos EUA, país muito afeito a certas atitudes. A sensação que se tem é que o ESG está implantando ‘macarthismo’ às avessas. Os EUA é um país com um forte histórico de ‘caça às bruxas’, como foi o episódio ocorrido em Salem de fevereiro de 1693 e maio de 1694 que resultou na morte de 19 pessoas. Passados séculos eis que surge o ‘macarthismo’ que durou de 1950 a 1957, voltado para perseguições ideológicas.

Enquanto tudo isso acontece empresas alteram seus objetivos e dão prioridade às políticas de ESG e não há previsão das consequências.

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