Mais de 1,6 mil livros sobre racismo e universo LGBTQIA+ são banidos nos EUA e congresso se opõe

O Congresso Americano se posicionou contra esse banimento e aprovou uma resolução que determina a proibição como forte ataque aos livros e à liberdade de expressão nos Estados Unidos.
Da Redação
Em um ano, 2.532 livros foram banidos em escolas dos Estados Unidos, sendo a maioria das obras com personagens negros ou que fazem parte do universo LBTGQIA+. Os dados são do relatório da PEN América, organização sem fins lucrativos que defende a liberdade de expressão nos EUA e no mundo, sediada em Nova York.
De acordo com o relatório, essa quantidade foi banida entre julho de 2021 e junho de 2022. Como alguns títulos foram proibidos em escolas diferentes, o total de títulos banidos foi de 1.648 livros.
Esse número representa um aumento de 250% em relação ao período anterior.
Segundo a PEN América, relatório demonstra que a onda de proibições de hoje representa uma campanha coordenada para banir livros que está sendo promovida por organizações sofisticadas, de caráter ideológico e com muitos recursos e está transformando as escolas públicas em campos de batalha política
O relatório ‘Proibido nos EUA: o movimento crescente para a censura de livros nas escolas’ pode ser acessado neste link.
Congresso Americano é contra
O Congresso Americano se posicionou contra esse banimento e aprovou uma resolução que determina a proibição como “forte ataque aos livros e à liberdade de expressão nos Estados Unidos”.
Segundo a resolução apresentada pelo deputado Jamie Raskin , presidente do Subcomitê de Direitos Civis e Liberdades Civis da Câmara, “a onda de proibições de livros que varreu o país nos últimos anos é um ataque direto aos direitos da Primeira Emenda e deve alarmar todos os americanos que acreditam que a liberdade de expressão é um pilar fundamental da democracia”, referindo-se ao trecho da Constituição dos EUA que proíbe qualquer cerceamento à liberdade de expressão.
Segundo o congressista, os esforços para remover livros das escolas e bibliotecas públicas simplesmente porque introduzem ideias sobre diversidade ou desafiam os alunos a pensar além de sua própria experiência vivida não é apenas antidemocrático, mas também uma marca registrada dos regimes autoritários.
Livros banidos
Do total, 41% envolvem temas LGBTQIA e 40% têm protagonistas ou personagens secundários de cor. A outra parte aborda diretamente as questões de racismo.
Os pesquisadores conseguiram relacionar 40% das proibições relatadas a pressões evidentemente políticas.
Em relação aos gêneros, 75% dos livros banidos são de ficção, 24% estão de não ficção, e 1% obras de poesia.
Livros “campeões” em censura:
- Gender Queer: a memoir, de Maia Kobabe (41 banimentos)
- All boys aren´t blue, de George M. Johnson (29 casos)
- Out of darkness, de Ashley Hope Pérez (24 casos).
*Com informações do Publish News e Publishers Weekly.