John Galt II e a intervenção estatal.

As obras de Ayn Rand deveriam ser lidas por todos.
Por Gil Reis*
Este artigo foi publicado a primeira vez no passado, como a mudança é, felizmente quando é para melhor, inevitável e vivemos novos tempos tive que reescreve-lo e adaptá-lo, inclusive alterando o título, ao momento que vivemos hoje
Há alguns anos nos foram espalhados pela cidade de Porto Alegre “outdoors”, ação promovida por um Instituto do Rio Grande do Sul, com a pergunta “quem é John Galt”? Para respeitar o contexto histórico, apesar da finalidade da campanha, talvez a pergunta correta seria “quem foi John Galt”? O ocorrido no grande estado do Rio Grande do Sul, onde ao longo de nossa história surgiram decisivas iniciativas e lutas libertárias nos fazem refletir e raciocinar sobre o Brasil.
John Galt é o nome do personagem, na realidade inexistente sendo apenas uma ideia, da obra “A Revolta de Atlas” publicada em 1957 pela romancista e filósofa russa Ayn Rand (1905-1982), criadora do “Objetivismo”, que em 1925 emigrou de seu país de nascimento, onde testemunhou a revolução Bolchevique e o nascimento da União Soviética, para os EUA.
Creio que seria correto dizer, arrojadamente, que o mundo do século XX não teria sido o mesmo, notadamente os EUA, sem a existência das ideias da filósofa russa que fizeram o mais notável contraponto às ideias “marxistas” que deram origem ao “comunismo”. Ayn Rand foi uma ferrenha lutadora contra a intervenção estatal americana que, a seu ver, sempre atrapalhou, impedindo o crescimento do empreendedorismo com sua burocracia absurda, exigências descabidas e uma legislação tributária/fiscal não destinada ao bem estar dos cidadãos e ao desenvolvimento dos países e sim para auto sustentação das máquinas de governos. A filósofa prega a moralidade, decência e honestidade nos governos, um de seus textos mais famosos que sintetiza a sua luta contra o intervencionismo estatal diz:
“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.
Este texto nos faz relembrar muito do que atravessamos nas últimas décadas, com honrosas exceções, que foram perdidas tirando do Brasil o seu lugar de destaque no concerto das nações ricas do planeta. Em A Revolta de Atlas a pergunta quem é John Galt deu origem à uma revolta dos maiores empreendedores de um EUA fictício, que abandonaram suas empresas e sumiram forçando o governo a assumir a direção e as quebrando provocando o desemprego de milhões de pessoas, trazendo como consequência retração total no consumo, uma queda brutal na arrecadação dos tributos e a paralisação da economia.
Nós do Agro não temos nenhum poder sobre o Judiciário, Legislativo e Executivo na sua área fiscal. Felizmente em relação ao Ministério da Agricultura com suas “Instruções Normativas” é um assunto muito fácil de resolver basta praticarmos o “auto controle” preconizado pela gestãoanterior do MAPA além de termos a coragem e arrojo de substituir tais INs por “protocolos privados”, pois, esse Ministério é o que conhece,reconhece, respeita e apoia a Agropecuária.
Já na área da Economia basta um pouco de bom senso e conhecimento da nossa realidade na área rural por parte das autoridades que acomandam, esperamos que tenham sensibilidade em relação ao Agro que hoje dá sustentação à economia brasileira.
Caso os governantes queiram o desenvolvimento do nosso país têm que atentar para a área rural, pois os produtores e fornecedores das cadeia que o integram, heroicamente, tem resistido e continuarão resistindo à todas as perseguições nacionais e estrangeiras trabalhando, alimentando nosso povo e quase ¼ da população mundial, ou seja, odesenvolvimento do Brasil e o fortalecimento de toda a nação passa, inevitavelmente, pelo Agro, não com tributação e aumento de taxaçõesou tentando manipular o Congresso Nacional para a aprovação de PECs de Reformas Tributárias que comprometem o futuro do nosso país , pelo contrário, com apoio e incentivo à produção.
Quanto ao Legislativo basta que lembremos, respeitosamente, aos nossos parlamentares as Leis devem ser criadas para beneficiar o povo, já ao Judiciário temos que lembrar a todos os seus integrantes em todos os níveis, também respeitosamente, que a Constituição não é um livreto cheio de letras e sim um manual com normas dos Direitos e Deveres de todos cuja integridade deve ser mantida, além da manutenção do equilíbrio entre os poderes o fazem as Repúblicas Democráticas que agem como tal, e respeitada pelos cidadãos em geral, autoridades constituídas ou não, deixando bem claro que a alimentação é um Direito fundamental. “As Constituições têm de ser escritas nos corações, não apenas no papel”, Margaret Thatcher.
O Agro não pede muito, apenas que o reconheçam e o respeitem como o grande sustentáculo da economia brasileira, lembrando que é tão grande nos centros urbanos quanto no campo e, as mulheres e homens que o integram são os produtores que põe os alimento nas mesas de todos nós que precisam tão somente de apoio e incentivos para continuar a propiciar o crescimento de nossa grande nação.
Quanto menor intervenção estatal e mais liberdade aos empreendedores de todas as cadeias de produção melhores serão os resultados. Tal atitude redundará em maior crescimento e desenvolvimento do país e maior bem estar do nosso povo.
Sempre é bom lembrar que o nosso Agro cresceu em tal proporção que passou a concorrer e derrotar os tradicionais donos do mercado internacional. Os sinais de crescimento foram emitidos com a “Revolução da Agricultura Tropical”, todavia, não foram levados em consideração pela maioria dos governantes e a logística brasileira não cresceu ou evoluiu o suficiente. Estamos pagando hoje o preço do descaso no passado. As cadeias de produção de alimentos se mantem esperançosas que os atuais e futuros governantes se esforcem para resolver estes problemas que nos penalizam há décadas.
Nunca é demais lembrar que a produção de alimentos no Brasil cresceu em tais proporções que o mercado doméstico não consegue absorver tudo o que é produzido. A única solução de escoamento do que produzimos são as exportações e o mercado internacional está aberto aos nossos alimentos para que países possam mitigar a fome de seus povos. Um último alerta, o Brasil deve impedir, a qualquer custo, que outros países, organismos internacionais e colaboracionistas nacionais sabotem os nossos setores produtivos.
“Deixe-me dizer em que acredito: no direito do homem de trabalhar como quiser, de gastar o que ganha, de ser dono de suas propriedades e de ter o Estado para lhe servir e não como seu dono. Essa é a essência de um país livre, e dessas liberdades dependem todas as outras”, Margaret Thatcher, 1925 a 2913, Baronesa Thatcher de Kesteven foi uma política britânica que exerceu o cargo de primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990 e líder da Oposição entre 1975 e 1979. Foi a primeira-ministra com o maior período no cargo durante o século XX e a primeira mulher a ocupá-lo. Wikipédia
*Consultor em Agronegócio