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Mitos de uma nova mitologia.

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A humanidade convive hoje com a construção de uma mitologia mundial.

Por Gil Reis*

Há certas afirmativas que agridem o raciocínio de qualquer pessoa que raciocine como o fato da industrialização verde reduzirá o CO2 na atmosfera. Todo o processo de fabricação dos componentes necessários para a tal transição energética envolve um grande volume de emissões não somente de dióxido de carbono (Dióxido de carbono, CO2, é um composto químico formado por moléculas, cada uma com um átomo de carbono ligado covalentemente a dois átomos de oxigênio. Encontra-se no estado gasoso à temperatura ambiente. Wikipédia) e também de monóxido de carbono (O monóxido de carbono, CO, é um gás levemente inflamável, inodoro e muito perigoso devido à sua grande toxicidade. É produzido pela queima em condições de pouco oxigênio e/ou alta temperatura de carvão ou outros materiais ricos em carbono, como derivados de petróleo, por exemplo, pelos motores dos veículos. Wikipédia).

Todavia não apenas o processo de industrialização verde gera emissões de CO e CO2. Todo ser que respira oxigênio emite CO2 na ‘expiração’, todo o veículo de combustão interna utilizando derivados de fósseis emite CO pela chamada descarga. Assim em todas as atividade humana os gases CO2 ou CO estão presentes, ou seja, não apenas na industrialização verde, porém, a dita industrialização verde é apenas uma nova forma de emissões de CO2 e CO que desavisados denominamerradamente de carbono (O carbono é um elemento os químico, símbolo C, número atômico 6, massa atómica 12 u, sólido à temperatura ambiente. Como um membro do grupo 14 da tabela periódica, ele é um não metal e tetravalente — fazendo quatro elétrons disponíveis na forma de ligações covalentes. Wikipédia).

Hoje abordaremos apenas a fabricação dos produtos necessários para as enormes pás de captação de ventos e geração da energia eólica. Em 12/6/2023 o site Cfact publicou a matéria A industrialização verde aumenta muito as emissões de CO2”, de autoria de David Wojick, Ph.D. analista independente que trabalha na interseção de ciência, tecnologia e política, que transcrevo trechos.

Apesar de pedir uma rápida redução nas emissões de CO2, a esquerda está apressando a industrialização verde, que aumentará dramaticamente as emissões no futuro próximo. Este absurdo óbvio ainda não foi admitido. Por um lado, há uma literatura crescente sobre os enormes requisitos de materiais necessários para a construção de um grande número de sistemas de geração de energia eólica e solar. Em seguida, a crescente percepção de que o backup a gás manterá altas as emissões de CO2 da geração de energia renovável.

A combinação desses dois fatores significa que as emissões de CO2 devem aumentar, e não cair, à medida que a industrialização verde prossegue. Ambos os fatores são ignorados, mas ambos são grandes. A transição energética aumenta as emissões. É tão simples. Do lado material, estamos falando sobre o que chamo de “emissões da cadeia de suprimentos”. Deveria ser óbvio que a reconstrução do sistema de energia elétrica é extremamente intensiva em emissões. Estamos falando de uma enorme quantidade de mineração, processamento e construção, com muito transporte em cada etapa.

A título de exemplo, vamos pegar um dos meus favoritos – os enormes monopilares que sustentam torres de geração eólica offshore. Neste caso, nos concentramos no objetivo ridículo de Nova Jersey de adicionar 11.000 MW de energia eólica offshore, acima de seu nível atual de vento zero. É ridículo porque New Jersey já tem toda a capacidade de geração de que precisa. Supostamente, essa energia eólica vai melhorar o clima ou evitar que piore, mas esse é outro assunto bobo. Esses monopilares são muito grandes. Para simplificar, digamos que um cilindro de aço tenha 30 pés de diâmetro e 300 pés de comprimento, embora alguns sejam maiores. Cada um pesa algo como 2.500 toneladas. Ele é primeiro cravado no fundo do mar, depois escavado e preenchido com concreto.

A siderurgia e a fabricação de cimento criam muitas emissões de CO2, e existem os chamados fatores de emissão para ambos. A siderurgia gera cerca de 2 toneladas de CO2 por tonelada de aço, portanto, apenas a produção de aço bruto em uma única pilha produz 5.000 toneladas de CO2. Isso não inclui fazer a monoestaca, que envolve muita modelagem, corte, soldagem, etc. Há algo como 15.000 toneladas de concreto em uma monoestaca acabada, e o fator de emissão química é de cerca de 1.250 libras de CO2, gerando cerca de 9.000 toneladas de CO2 por estaca. Isso não inclui a energia necessária para cozinhar o calcário para fazer cimento, que requer muito calor.

Assim, a simples produção dos materiais básicos causa cerca de 14.000 toneladas de CO2 por monoestaca. Assumindo para simplificar que a turbina média é de 11 MW, precisamos de 1.000 monopilares, o que resulta em 14.000.000 toneladas de CO2 apenas para fazer o aço e o concreto. Esse grande número não inclui atividades intensivas em energia, como mineração de minério de ferro e calcário ou cozimento deste último, ou as inúmeras etapas de transporte ao longo do caminho desde a mina até a construção final.

Por enquanto, as estacas de aço são feitas na Europa, provavelmente na Espanha, então devem ser embarcadas por cerca de 5.000 milhas. Muitas das subestações gigantes, cada uma ocupando um navio-plataforma, vêm de lugares tão distantes quanto Indonésia, Tailândia e Cingapura. O minério de ferro é em si uma importante mercadoria de transporte marítimo. Portanto, haverá muitas emissões de transporte.

E isso é apenas os monopiles. No topo, vêm as enormes torres, turbinas e conjuntos de lâminas. Os conjuntos de turbina sozinhos agora chegam a 850 toneladas, incluindo muitas toneladas de cobre. Além disso, existem milhares de quilômetros de cabos de energia submarinos. Cada gerador é conectado a uma subestação, que é então ligada a enormes linhas de energia que vão de volta à costa. Além disso, haverá um grande desenvolvimento da rede onshore para lidar com todo esse novo suco vindo de novos lugares.

Trata-se de uma industrialização intensiva em emissões em grande escala. Certamente haverá enormes emissões de CO2 na próxima década ou mais. O que precisamos é de uma análise de emissões da cadeia de suprimentos. Não há como a industrialização verde da energia elétrica reduzir as emissões em um futuro previsível.

Hoje a humanidade convive com a construção de uma nova mitologia (O termo mitologia pode referir-se tanto ao estudo de mitos como a um conjunto de mitos. Wikipédia) envolvendo aquecimento global e alterações climáticas. A industrialização verde é um dos muitos mitos (Hoje em dia, mito pode ser sinônimo de falsidade ou mentira. A oposição entre “verdade ou mito” tornou-se muito comum e se dá pela tradição fantástica das histórias míticas e sua falta de coerência com a realidade – Pedro Menezes, Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação).

O mito do cavalo de Troia mostra que para conquistar algo é necessário estar dentro do que deseja e então tomar de surpresa o objeto de tua vontade, pois desse modo nenhuma resistência lhe deterá” Mário Pereira Gomes.

*Consultor em Agronegócio

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